O poder do movimento: equilíbrio entre corpo e emoções

Nosso corpo foi feito para se mover. Mas a vida moderna, com longas horas sentado, excesso de telas e rotinas aceleradas, tem reduzido cada vez mais nossos momentos de movimento consciente. Isso não afeta apenas músculos e articulações: impacta também nosso estado emocional e mental.

Movimento e saúde emocional: o que a ciência diz

Pesquisas demonstram que a prática regular de atividades físicas não só fortalece o corpo, mas também contribui para reduzir sintomas de ansiedade e depressão. Isso acontece porque o movimento estimula a liberação de neurotransmissores como endorfina, serotonina e dopamina, substâncias diretamente ligadas ao prazer, ao bem-estar e ao equilíbrio emocional (Harvard Health Publishing, 2021).

Além disso, estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS, 2020) mostram que o sedentarismo está associado a maiores níveis de estresse, alterações de humor e até maior risco de doenças crônicas. Em contrapartida, movimentar o corpo de forma regular melhora a regulação emocional, a qualidade do sono e a autoestima.

Emoções que se manifestam no corpo

Não é raro percebermos como emoções guardadas podem gerar sintomas físicos. Raiva reprimida pode se transformar em tensão nos ombros; preocupações constantes podem causar dores nas costas; tristeza pode pesar no peito. Essa relação entre corpo e emoção é confirmada por estudos em psicofisiologia, que demonstram como o sistema nervoso reage às nossas experiências emocionais (Porges, 2011 – Teoria Polivagal).

Quando não nos movimentamos, deixamos essas tensões acumularem. O corpo “fala” por meio de dores, fadiga ou até alterações no funcionamento de órgãos e sistemas.

Como a terapia corporal integrativa e a fisioterapia humanizada ajudam

Na minha prática, uno a fisioterapia humanizada com a terapia corporal integrativa. Esse olhar considera que corpo, mente e emoção não estão separados — e que o movimento pode ser uma ponte para restaurar equilíbrio interno.

Entre os benefícios dessa abordagem:

  • Redução da tensão muscular e das dores relacionadas ao estresse.
  • Maior consciência corporal, permitindo reconhecer sinais físicos antes que se transformem em sintomas mais intensos.
  • Respiração mais eficiente, que acalma o sistema nervoso e melhora a energia.
  • Liberação emocional, criando espaço para sentimentos circularem de forma saudável.
  • Promoção de bem-estar duradouro, fortalecendo não só músculos, mas também a autoconfiança e a vitalidade.

Conclusão

Movimentar o corpo é muito mais do que um ato físico: é um caminho para equilibrar emoções e recuperar o bem-estar integral. A ciência confirma que corpo e mente caminham juntos — e quando aprendemos a escutá-los, abrimos espaço para uma vida mais leve, consciente e saudável.

A terapia corporal integrativa e a fisioterapia humanizada oferecem essa possibilidade: unir movimento, cuidado físico e acolhimento emocional em um processo de transformação real.


📚 Fontes:

  • Harvard Health Publishing. Exercise is an all-natural treatment to fight depression. Harvard Medical School, 2021.
  • World Health Organization (WHO). Guidelines on physical activity and sedentary behaviour. Geneva: WHO, 2020.
  • Porges, S. W. The Polyvagal Theory: Neurophysiological foundations of emotions, attachment, communication, and self-regulation. Norton & Company, 2011.