Cervicalgia: tensão muscular, estresse e como a fisioterapia humanizada pode ajudar

Introdução

A cervicalgia, ou dor no pescoço, é uma condição muito comum que pode ser desencadeada ou agravada por diversos fatores – má postura, uso excessivo de dispositivos digitais, movimentos repetitivos, mas também pelo estresse, tensão emocional e ansiedade. Quando o corpo está constantemente sob tensão, os músculos cervicais ficam contraídos, a circulação sanguínea local pode diminuir, há acúmulo de metabólitos que sensibilizam as terminações nervosas, o que pode perpetuar a dor.

Evidências Científicas

  1. Correlação entre estresse e dor cervical
    Um estudo com estudantes universitários de fisioterapia constatou alta prevalência de dor cervical e forte correlação entre os níveis de estresse (medidos pela Escala de Estresse Percebido) e dor no pescoço. PubMed+1 Outro estudo com universitários detectou que quanto mais elevados os níveis de ansiedade e depressão, maior a pontuação de dor e incapacidade associada à cervicalgia. Ncbi
  2. Intervenções de exercício e modificação ergonômica
    Um ensaio clínico randomizado com trabalhadores de escritório mostrou que um programa de exercícios físicos combinados com modificações ergonômicas reduziu significativamente a dor, a incapacidade, o estresse ocupacional e melhorou a qualidade de vida, comparado com apenas modificações ergonômicas. MDPI+1
  3. Efeito de técnicas psicossociais / relaxamento
    Estudo piloto avaliou um programa de manejo de estresse (incluindo respiração diafragmática e relaxamento muscular progressivo) em pacientes com dor cervical crônica. Após 8 semanas, houve redução significativa na intensidade da dor, nos níveis de estresse e na incapacidade. PubMed
  4. Importância da abordagem bio-psicossocial
    Estudo de Monticone et al. avaliou se adicionar componentes cognitivos-comportamentais aos exercícios para dor cervical persistente melhoraria os resultados. Embora nem sempre diferenças grandes sejam observadas para todos os desfechos, há evidências de que incorporar crenças, comportamento e percepção de dor ajuda no manejo da incapacidade a longo prazo. Ncbi
  5. Fatores psicossociais correlacionados com postura, função e dor
    Estudo recente mostra que fatores como medo de movimento (kinesiophobia), estilo de lidar com a dor (coping) e postura estão fortemente correlacionados com dor cervical, função e incapacidade. SpringerLink

Fisioterapia Humanizada + Terapia Corporal Integrativa

Com base nessas evidências, aqui estão como minhas práticas podem lhe ajudar com cuidados que vão além do alívio da dor:

  • Avaliação completa e personalizada: para identificar não apenas postura e forças musculares, mas também estresse, padrões de respiração, crenças sobre dor, estilo de vida e como o corpo responde emocionalmente à tensão.
  • Espaço de escuta e empatia: tratar cada pessoa como um sujeito com história, emoções, constrangimentos – permitir que fale sobre o estresse, ansiedade, hábitos que geram tensão.
  • Exercícios físicos dirigidos: para fortalecer músculos profundos cervicais, alongamentos, mobilidade, reeducação postural, métodos como PNF (facilitação neuromuscular proprioceptiva) para restaurar amplitude de movimento e resistência muscular. (Exemplo: em síndrome “text neck”, PNF melhorou dor, postura, resistência muscular e mobilidade cervical. PubMed)
  • Técnicas de relaxamento corporal integrativo: ensino respiração consciente, relaxamento muscular progressivo, técnicas de mindfulness ou relaxamento guiado – que reduzem tensão muscular e impacto do estresse no corpo.
  • Ergonomia e modificações ambientais: ensino ajustar estação de trabalho, uso do celular/dispositivos, postura no dia a dia; pequenas modificações que reduzem carga sobre músculos cervicais. 
  • Acompanhamento contínuo, manutenção e autocuidado: ensino o paciente a perceber sinais de tensão, fazer pausas, respirações, meditações ativa e passiva, bem como alongamentos ao longo do dia para evitar recaídas.

Conclusão

A dor cervical muitas vezes é resultado não apenas de fatores físicos, mas de um ciclo de tensão muscular + estresse emocional + postura inadequada. A fisioterapia humanizada associada à terapia corporal integrativa tem respaldo científico como abordagem promissora para quebrar esse ciclo: cuidando do corpo, das emoções, da respiração e dos hábitos. Meu diferencial está em oferecer esse tratamento que integra técnica, presença, acolhimento – promovendo, além de alívio da dor, qualidade de movimento, bem-estar emocional e autonomia para viver com menos tensão.

Meus atendimentos são na cidade de Jundiaí, próximo ao Maxi Shopping. Caso, você empresário precise com ajuda para trabalhar a ergonomia e qualidade de vida para seus colaboradores, também posso ajudar. 

 


Referências

  • Yousef M. Alshehre et al. Effectiveness of Physical Exercise on Pain, Disability, Job Stress, and Quality of Life in Office Workers with Chronic Non-Specific Neck Pain: A Randomized Controlled Trial. Healthcare, 2023. PMC
  • Tsiouli E, Pavlopoulos V, Alexopoulos EC, Chrousos G, et al. Effect of a stress management program on subjects with neck pain: A pilot randomized controlled trial. PubMed, 2014. PubMed
  • Monticone M, Baiardi P, Vanti C, Ferrari S, et al. Chronic neck pain and treatment of cognitive and behavioural factors: results of a randomized controlled clinical trial. Eur Spine J. 2012. Ncbi
  • Nadu R, et al. Proprioceptive Neuromuscular Facilitation in Individuals with Text Neck Syndrome. PubMed, 2024. PubMed
  • Correlation of psychosocial factors in chronic mechanical neck pain patients. Bulletin of Faculty of Physical Therapy (2024). SpringerLink